Ponta Grossa

Bianca Camargo Martins

Arquiteta, urbanista, e apaixonada pela dinâmica das cidades. Professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unicesumar, onde é responsável pelas disciplinas de Teoria do Urbanismo, Ética em Arquitetura e Ateliê de Arquitetura Residencial. Ainda, é mestranda do Programa de Pós Graduação em Planejamento e Governança Pública da UTFPR, onde desenvolve uma pesquisa sobre habitação de interesse social nas áreas centrais de Ponta Grossa – PR.

Walk Stories

Walk stories are chronicles of moments, ideas, insights, and images from a Jane’s Walk, curated and submitted by local participants, walk leaders, and city organizers.

Maio 2021 – Caminhos do Arroio Pilão de Pedra

Walk Leader: Gabriela Barreto
Photographs by: Thiago Maciel Ribas

Na terceira caminhada da primeira edição do Festival Jane’s Walk em Ponta Grossa, visitamos o Arroio Pilão de Pedra e seus arredores. Nosso ponto de saída foi o Olho d’água São João Maria, um local de devoção religiosa, onde pudemos sentir os efeitos da poluição e da contaminação do Arroio. Ainda, percebemos a precariedade da infraestrutura do local e a falta de acessibilidade para portadores de deficiência física. Durante a caminhada, discutimos como o mercado imobiliário e as políticas habitacionais que excluem e segregam as pessoas de menor renda que, por falta de opção, passam a ocupar as áreas ambientalmente frágeis das cidades – como no caso do Pilão de Pedra. Enquanto a guia nos contava sobre o histórico da região e o perfil socioeconômico da população que ali reside, percebemos que as ocupações possuem características muito diversas: enquanto algumas casas são amplas e sólidas, outras são extremamente precárias. Também discutimos o processo de regularização fundiária das áreas de ocupação e a precariedade da vida dos moradores da área. Por fim, concluímos que a invisibilidade das áreas de ocupação dos fundos de vale nas políticas públicas e na própria percepção dos moradores de Ponta Grossa é um problema que precisa ser solucionado o quanto antes, para evitar os já urgentes problemas socioambientais.

Maio 2019 – Sù e Giù per Pimonte

Walk Leader: Maria Somma
Photographs by: Maria Somma

La passeggiata è stata organizzata in modalità racconto ed ha previsto la conoscenza del territorio soprattutto per i più piccoli. Il paese di Pimonte affaccia sul golfo di Napoli e per tali ragioni l’idea è stata di far conoscere alcuni luoghi a Pulcinella attraverso il racconto dei bambini e tramite aneddoti storici. I protagonisti sono stati i bambini che più di tutti hanno subito la chiusura durante la pandemia. Il piccolo paesino ha scorci fantastici e paesaggi meravigliosi, nasci all’interno di un grande parco naturalistico e ciò caratterizza il suo paesaggio sempre colorato. Ci sono stati tantissimi sorrisi durante la passeggiata emersi soprattutto per i racconti dei più piccoli. Ti aspettiamo per le prossime passeggiate a Pimonte

Maio 2019 – Ponta Grossa +10: o futuro da cidade através do Plano Diretor

City Organizer: Edson Villela
Photographs by: Thiago Maciel Ribas

A segunda caminhada da primeira edição do Festival Jane’s Walk em Ponta Grossa teve como objetivo a identificação das mudanças propostas pelo novo Plano Diretor para o bairro Nova Rússia. Ao caminhar pela Avenida Ernesto Vilela percebemos que a falta de diversidade contribuiu para a falta de vitalidade da região. Percorremos muitas ruas e não vimos outros pedestres, vimos pouquíssimas casas e nos sentimos em um espaço esvaziado, como em uma cidade fantasma. Durante o percurso discutimos como o Plano Diretor propõe trazer novos usos e incentivar a verticalização do bairro, essencialmente em suas vias principais. Também discutimos como essa transformação proposta impactará na vida das pessoas que já habitam, ou possuem comércios na região. Ao refletir sobre a possível gentrificação do local, nos questionamos sobre os interesses obscuros que se contrapõem ao planejamento urbano local e o impacto das decisões públicas na vida privada dos habitantes de Ponta Grossa. Ao final da caminhada, já na Praça Getúlio Vargas, discutimos sobre a desconexão entre os tomadores de decisão e a população afetada em todos os níveis, desde a simples poda da vegetação até as mudanças estruturantes do Plano Diretor e a forma com que a cidade de tornou um ambiente inóspito para as pessoas de menor renda.

Maio 2019 – Onde estão as pessoas?

Walk Leader: Bianca Camargo Martins
Photographs by: Thiago Maciel Ribas

A O objetivo da caminhada era perceber como é a relação entre as pessoas e a área central de Ponta Grossa. Para isso, percorremos as principais ruas e praças para identificar como os princípios da ativista Jane Jacobs poderiam ser aplicados. Nosso ponto de saída foi a Praça Marechal Floriano Peixoto, ponto importante da história da cidade. Lá percebemos que a falta da diversidade de usos faz com que a área central seja esvaziada em certos momentos do dia e da semana, fato que ocorre intensamente na Rua XV de Novembro, nossa segunda parada. No Parque Ambiental vimos que a falta de conexão com a história da cidade e com o perfil da população, além de erros de projeto, fizeram com que o espaço do Parque não fosse intensamente utilizado por muitos anos. Somente na última década, após algumas intervenções, a população se apropriou do espaço e intensificou o uso do mesmo. Porém, a situação atual demonstra a falta de conservação e a falta de qualidade de projeto das últimas intervenções feitas na área. Em seguida, percorremos a Avenida Vicente Machado, onde percebemos a existência de muitos imóveis fechados. Percebemos o intenso movimento de pessoas, cujo maior interesse é fazer compras na região. Além disso, vimos como o desenho urbano e o projeto das edificações excluem as pessoas e fortalecem a segregação socioespacial. Na Praça Barão de Guaraúna vimos como o Poder Público tem planejado a cidade para os carros, em detrimento aos pedestres. Já na Praça Barão do Rio Branco identificamos várias atividades distintas e vimos como o mesmo espaço público pode dar base a inúmeras atividades. Ainda, discutimos como as atividades das edificações do entorno repelem ou incentivam o uso do espaço público. No Calçadão, finalizamos nossa caminhada com a discussão sobre a falsa vitalidade da área, que só existe em dias de semana, em horário comercial. Concluímos que a área central, ao mesmo tempo em que é um espaço popular, exclui a população e a impede de residir na área e garantir a vitalidade urbana local.

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